O “Aljezur, Terra Mimosa” não é apenas um livro de poemas. Canta hinos a Aljezur mas também a exalta em extensa prosa descritiva. Em rodapé da capa dá o grupo editor e autor a explicação de que a obra se trata duma “Monografia Regional” e são de rica prosa as cerca de 25 primeiras páginas. Desta primeira parte extraí as palavras que se seguem:
“A VELHA ALJEZUR
Esta antiga vila dos sarracenos, quási nas faldas da serra de Monchique e muito próxima do litoral do Barlavento algarvio, foi outrora uma das vilas mais importantes do sul do país — segundo dizem as crónicas do passado — nos primeiros anos após a conquista do algarve pelo mestre da Ordem de Santiago. Depois, começou a decair e a ser esquecida dos poderes públicos e a viver só com os seus recursos próprios, sem um olhar de protecção, sem um auxílio que fosse animar a vida dum povo humilde, honesto e trabalhador, que tem vivido no seu isolamento por culpa dos homens!”
Relembro que o livro foi editado em 1938.
Na altura já este destino aljezurense se cumpria, e não houve ferradura de três furos nem corno retorcido que tivesse aliviado o embruxo que castigou esta terra durante décadas.
Hoje são os seus recursos naturais que atraem visitantes e que a ajudam a emergir dessa noite escura que a empobreceu. Mas, ainda assim…
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